A PROPÓSITO DO “DIA DA INFANTARIA”, O AMIGO CEL. JOÃO LUIZ NOS VISITA

No dia 24 de maio, quando, se comemora o “Dia do Policial Civil Aposentado”, outro fato cívico, relevante, é também reverenciado: “O Dia da Infantaria do Exército Brasileiro”.

A propósito das duas efemérides, depois da troca de mensagens pelo What’s App, logo no dia imediato (25/5), recebemos em nossa sede a sempre honrosa vista do amigo e Sócio Honorário da IPA-SP, o Coronel R/1 – EB, João Luiz T. S. de Almeida, do Quadro da Infantaria, que há pouco passou para a reserva, depois de 37 anos de caserna.

Como sempre o faz quando aqui comparece, o Coronel João Luiz gentilmente nos presenteia com um mimo qualquer: o primeiro foi a biografia do meu eterno comandante Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que veio enriquecer o acervo histórico do saudoso ex-Presidente, que guardo com especial desvelo; depois ofertou-me alguns símbolos e peças de uso pessoal verde-oliva e, agora, a propósito da data, trouxe-me o livro da Biblioteca do Exército, escrito pelo General Paulo de Queiroz Duarte, com o título “SAMPAIO”.

  A capa do rico compêndio vem com a ilustração fotográfica do então Brigadeiro (hoje equivalente a General de Brigada), ANTONIO DE SAMPAIO, em uniforme de gala, ostentando algumas condecorações. Para os que desconhecem, trata-se do venerável Patrono da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro.

O Coronel João Luiz fez questão de escrever que o “herói de Tuiuti” (título que o General Sampaio conquistou na batalha que ganhou esse nome), nasceu no povoado de Tamboril (hoje município, com o mesmo nome), no Estado do Ceará, no dia 24 de maio de 1810. E escreveu: “… Seu conterrâneo, certamente não por acaso”. Senti-me orgulhoso e sumamente honrado com a “distinção nobiliárquica” e disse ao Coronel: “mesmo sendo eu da Artilharia…”.

Obrigado, de coração, amigo Coronel João Luiz.

São Paulo, 27 de maio de 2021

Jarim Lopes Roseira – IPA-SP

NOTA DE FALECIMENTO

No início dos anos 80, depois de ter dirigido o Instituto de Criminalística, assumiu a titularidade da Seccional de Polícia de Mogi das Cruzes, onde permaneceu por quase dois anos, de lá saindo para dirigir a então Divisão de Entorpecentes do DEIC, onde fez notável trabalho.   

Com profundo pesar retransmito a notícia do falecimento, no dia 22/5/2021, do Delegado de Polícia de Classe Especial aposentado, Dr. CARLOS FERREIRA CASTRO.

Dr. Carlos, homem culto e de refinado trato, era tido como um gentleman na Polícia Civil da sua época e, por essas suas qualidades se impunha ao respeito e à admiração de todos.

Tive a honra de continuar no cargo de Escrivão Chefe da Seccional durante toda a sua gestão, quando foi posta em prática uma política de relacionamento social e de respeito à atividade policial, iniciativa reconhecida pelos cidadãos e pela imprensa regional.

Perde a Polícia Civil um dos seus expressivos expoentes, que por estar aposentado há vários anos, já não era mais tão lembrado.

Nosso adeus ao Amigo e nossas sinceras condolências à Família.

São Paulo, 24 de maio de 2021

Jarim Lopes Roseira – Presidente da IPA-SP

HOJE, 24 DE MAIO DIA DO POLICIAL CIVIL APOSENTADO

Por disposição da Lei Estadual n° 4.964, de 31/3/1986, comemora-se na data de hoje (24 de maio), “o Dia do Policial Civil Aposentado”.

     Por inúmeras razões, teríamos tudo a comemorar. Entretanto, por outras tais, muito temos a lamentar.

     Comemorar o dia do Policial Civil Aposentado é reconhecer, por todas as razões, os méritos daqueles que, ao longo de trinta/quarenta anos trabalharam em prol da segurança pública da coletividade, o que não é pouco. É reconhecer o trabalho penoso, insalubre e perigoso a que se submeteram esses homens e mulheres que deram tudo de si pela nobre causa.

      Lamentavelmente, de uns tempos a esta parte, os administradores públicos do Estado de São Paulo têm demostrado desprezo e desconsideração para com esses (essas) laboriosos (as) servidores(as) públicos(as), ocupantes de carreiras de Estado.

       É exemplo disso o Decreto Estadual n° 65.021/2000, que aumentou abusivamente as alíquotas do desconto previdenciário, cuja revogação está sendo enfaticamente buscada através do PDL-22/2021, de autoria do Deputado Carlos Giannazi.

      Se isso não bastasse, o atual Governo, demonstrando a sua insensibilidade, achou de aumentar também os descontos compulsórios do IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual), dos aposentados.

      A paridade/integralidade ativo/inativo, de que trata a Constituição Federal, aos poucos vem se tornando letra morta, sempre em desfavor do aposentado.

       Por tudo isso, pouco há a ser comemorado neste 24 de Maio.

São Paulo, 24 de maio de 2021

Jarim Lopes Roseira – Presidente da IPA-SP e Diretor de Aposentados da FEIPOL-SE

SÃO PAULO DESVAIRADA – ATUALMENTE DESTRUÍDA

Rodomil Francisco de Oliveira

 Relembrando os idos anos 60 e 70, início de 80, quando exercia minhas funções nesta Capital, numa pequena análise do nosso centro nos dias de hoje, chego a chorar com a decepção em que esses políticos conseguiram fazer com nossa cidade.

Naquela época tínhamos vários tipos de bancos privados tais como: Banco Português, Banco Frances, Banco de São Paulo, Banespa (que era estadual e há muito subtraído dos paulistas), Banco Econômico, Banco Auxiliar de São Paulo, Banco Safra,

Banco Indústria e Comércio, Banco da Bahia, Banco do Estado do Rio de Janeiro, Banco Federal de Crédito (Itaú),  Nossa Caixa (também estatal – igualmente engolida) e vários outros, tudo isso hoje resumindo em apenas 5 entidades financeiras: Banco do Brasil, Santander, Bradesco, Itaú e Caixa Econômica Federal .

Isso só para resumir o centro financeiro de São Paulo.

Eu descia na Praça da Sé, onde após tomar o café no Juca Pato, ouvia um propagandista vender “óleo de peixe” na praça, remédio esse que não servia pra nada, mas a propaganda era ótima.

Ele “ameaçava” soltar uma cobra, que não existia. Tinha um braço só e falava muito; e quando era para soltar a cobra ele dizia que estava cansado e voltaria em seguida, vendendo assim sua “mercadoria”.

Essa rotina se iniciava por volta das seis ou sete horas; a cidade era limpa e mesmo com poucos policiais não havia roubos ou assaltos no centro. A maioria das pessoas usava gravata e, bem trajados, cada um seguindo para seu trabalho.

No centro havia a maioria dos cartórios de protesto, registro de imóveis e outros. Era o centro, realmente, da nossa Capital, com o Pateo do Colégio referência de limpeza e orgulho de quem vivia e trabalhava na cidade.

Assim seguíamos para a Rua São Bento, 483 onde estava instalado o Banco Federal de Crédito, hoje Banco Itaú, onde trabalhávamos no CPD (Centro de Processamento de Dados) e assim começávamos um dia de trabalho e ouvíamos, periodicamente, os gritos da Bolsa de Valores, ali no início da Av. São João com Praça Antonio Prado.

Tudo era harmonia e tranquilidade, cidade limpar e organizada. No centro havia muitos e excelentes cinemas como o Comodoro, Belas Artes, Olido, Marabá, Paissandu, Ouro e vários outros. Era gostoso ir nos fins de semana assistir com a namorada ou amigos um filme em qualquer uma dessas salas de cinema. Todos bem trajados e no final todos iam almoçar, jantar ou tomar um lanche no Guanabara, Restaurante do Olido, Ponto Chic ou no “Um Dois Feijão com Arroz” entre outros gostosos lugares; tinha até um restaurante que a cadeira rodava em volta do balcão que ficava circulando, no Largo do Paissandu próximo ao Ponto Chic.

Nesta semana fui ao 3º Cartório retirar um documento, e de lá, a pé, até a nossa IPA-SP, na Cásper Libero, e tive que forçar para não chorar: vi nossa cidade totalmente destruída e com várias famílias, casais com filhos pequenos, dormindo na rua, em locais totalmente destruídos e invadidos por pessoas que, pelo que se pode observar, perderam seus tetos e seus empregos.

Acredita-se haver mais de 20.000 pessoas abandonadas no centro da Capital, dormindo em cabanas ou lençóis embaixo de algumas marquises que, um dia, já foram pomposas e representavam a grandeza da nossa cidade de São Paulo. Os bancos foram reduzidos, os cartórios foram para a periferia ou outros bairros mais seguros, os bares e restaurantes fechados ou falidos, os cinemas abandonados ou transformados em Igrejas.

Isso é a degradação de uma cidade mal administrada e sem sensibilidade administrativa. Aí nos recordamos de Faria Lima, Prestes Maia, Olavo Setúbal, Jânio Quadros e outros que respeitavam o povo e a cidade.

Não chorei, senti na pele e no coração, mas fiquei decepcionado com o que fizeram da outrora gloriosa cidade chamada São Paulo que um dia foi pelo poeta denominada SÃO PAULO DESVAIRADA. Grande Mário de Andrade e outros grandes escritores e poetes da “Semana de 22”.

Deixastes saudades de uma cidade poética, cultural, organizada e linda, hoje destruída e transformada em um lixo e morada de pessoas que mereciam ter melhores condições de vida. E nossa cidade mais bem cuidada e melhor administrada.

Enquanto poucos ganham muito, muitos ganham pouco e ou nada ganham e assim a degradação humana e social vai se consolidando.

(*) Rodomil Francisco de Oliveira

Escrivão de Polícia aposentado e Vice-Presidente da Seção de São Paulo da IPA-SP

NOTA DE FALECIMENTO

     Com o mais profundo pesar, comunicamos o falecimento, às 18 hs. do dia de ontem (19/5/2021), em São Carlos – SP, do Escrivão de Polícia de Classe Especial aposentado GUSTAVO HENRIQUE ZIEGLITZ DE CASTRO NEVES, ex presidente da Associação dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo, na gestão de 1982 a 1984.

       Gustavo exerceu as funções do cargo por aproximadamente 40 anos, sempre no município de São Paulo, onde nasceu, e era conhecido e admirado por todos os colegas policiais. Foi integrante do Clube dos XXX, onde era o maior frequentador da sede de campo em Mogi Guaçu – SP.

         Casado com a Sra. Heide de Castro Neves, deixa também os filhos Gustavo Jr. e Keila, além de netos.

         Depois de aposentado Gustavo morou em diversos municípios de São Paulo, como Biritiba Mirim, Itanhaém, Valinhos e, há dois meses, transferiu residência para São Carlos – SP.

    Aos 80 anos (nascido em 25/11/1940), Gustavo foi acometido de Covid 19, tendo tido morte quase instantânea devido à sua comorbidade cardíaca. Seu corpo será sepultado às 14 hs de hoje, 20/5, no Cemitério Parque Nossa Sra.  Conceição, em Campinas – SP.

        Em meu nome pessoal, e no dos demais Diretores e Associados da IPA-SP, enviamos à família enlutada as nossas mais sentidas condolências.

         Adeus, amigo Gustavo: O Escrivanato, os policiais civis e a população paulistana prestam-lhe as merecidas homenagens pela honradez que você em vida representou.

São Paulo, 20 de maio de 2021

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP e ex-presidente da AEPESP (gestão 1985/88)

NOTA DE FALECIMENTO

    Com pesar comunicamos o falecimento, no mês de janeiro do corrente ano, da nossa antiga Associada, a Investigadora de Polícia Dra. MARIA DO CARMO VALÉRIO NICOLAU, natural de Brodowski – SP e que residia em São Paulo, no bairro de Vila Mariana. Portadora de curso superior, falava três idiomas (Inglês, Francês e Italiano). Trabalhou no antigo DEGRAN e na Corregedoria da Polícia Civil, onde deixou muitos amigos.

       Em nome da Diretoria e do corpo associativo, externamos nossas sinceras condolências.

     Abaixo reproduzimos dados de sua ficha de associada a IPA-SP, data de 02/10/1981.

São Paulo, 14 de maio de 2021

Jarim Lopes Roseira – Presidente da IPA-SP

A LUTA PELA APROVAÇÃO DO “PDL-22/2020” NÃO TERMINOU…

       No final da tarde desta sexta-feira, 30/4, em mais uma concorrida live, o grupo de entidades que representam os servidores públicos aposentados, continua firme na luta pela aprovação do PDL-22/2020, de autoria do combativo deputado Carlos Giannazi.

Liderados pelo próprio deputado e pelo também dedicado colega José Gozi, presidente da ASSETEJ, do Judiciário, além de vários outros dirigentes de associações, debateram sobre a necessidade de pressionarmos o presidente da ALESP, deputado Carlão Pignatari, para que este coloque em votação o projeto de decreto legislativo em questão. Os demais deputados também devem ser contatados. Essa pressão funciona, dá resultado, principalmente em período que antecede eleições gerais!

       Vale lembrar que a propositura, que já foi aprovada pelas Comissões temáticas da Casa, se destina a revogar o Decreto nº 65.021/2020, que aumentou abusivamente os descontos previdenciários dos aposentados e pensionistas.

           Vamos continuar lutando.

São Paulo, 6 de maio de 2021

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP e Diretor de Aposentados e Pensionistas da FEIPOL-SE

VISITA À MAJESTOSA NOVA SEDE DO SINPOL DE RIBEIRÃO PRETO

No dia 6 de maio de 2021, a convite da diretoria, visitamos em nome da IPA-SP, a imponente nova sede própria do Sindicato dos Policiais Civis de Ribeirão Preto e Região – SINPOL-RP, localizada na rua Pedro Pegoraro, 370, no valorizado bairro de Ribeirânia.

        De início, chama a atenção a arquitetura moderna do conjunto, que se destaca pela privilegiada localização, próximo a um tradicional complexo universitário. De início, deixo aqui registrado que conheci a obra pela primeira vez quando da fundação e alicerces; dois anos depois, quando do desenvolvimento do levantamento das paredes, todas de cimento armado e, por último, na fase de acabamento. 

        Quando da visita com a obra concluída e mobiliada, fomos recebidos pelo presidente Eumauri Lúcio da Mata, pela Secretária-Geral Fátima Aparecida Silva e pelos diretores Júlio César Machado, Arnaldo e o querido amigo Rafael, além do editor do Jornal do SINPOL, jornalista Adalberto Luque, que nos mostraram cada uma das várias dependências.

       Registre-se que a sede foi construída em área ampla e plana que permitiu que, em apenas dois pavimentos, fossem distribuídas todas as instalações, como no térreo: hall de entrada, recepção, pré-atendimento, ambiente de espera, brinquedoteca, espaço para educação sócio-educativa, secretaria, salas de diretores, presidência e sala de reuniões, além de um auditório com 50 lugares; no pavimento superior, um auditório/salão de festas para 600 pessoas, com dois camarins e uma moderna cozinha, tudo já instalado, conforme registram as fotos que ilustram este relato.

      Depois de ouvir detalhes sobre o cronograma da obra, desde a concepção, doação da área, início e conclusão da obra, por parte do presidente Eumauri, minha expressão não poderia ter sido outra que não fosse: vocês são extraordinários.

         Histórico:

       Ribeirão Preto antes conhecida como a capital do café, é hoje relevante polo tecnológico, além de produtora de cana de açúcar, continua pujante, industrializada e socialmente muito bem estruturada, sendo o 21º PIB brasileiro.

       No âmbito policial, Ribeirão compõe o DEINTER 3, hoje com o maior número de municípios de Delegacias Seccionais e, consequentemente, de unidades de polícia territorial e especializada de todo o interior do estado.

         O atual Sindicato da sua polícia sucedeu à pioneira “APOCIRP” – Associação dos Policiais Civis de Ribeirão Preto, criada no início dos anos oitenta, com histórica trajetória de lutas em defesa dos direitos e prerrogativas dos associados.

       Lembro-me bem que no período em que dirigi a Associação dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo, de 1985 a 1988, participei dos seminários anuais promovidos pela APOCIRP. Os tempos eram outros e os seminários eram marcados pela participação de pessoas da mais alta relevância, em nível de secretário de Estado, daqui e de fora. Na semana de eventos de 1986, um dos palestrantes foi o então Delegado Geral de Polícia, o renomado e sempre querido Dr. Abrahão José Kifouri Filho, que com sua brilhante trajetória na Instituição, traçou um perfil realístico do presente, passado e futuro da Polícia Civil que ele então dirigia com altivez e independência.

     No encerramento deste relato de honrosa visita, não posso deixar de render minhas homenagens e reverências ao dileto amigo Eumauri Lúcio da Mata, pela seriedade e competência com que se houve na conclusão da obra, feita para os próximos 50 anos, encômios que estendo aos diretores, os atuais e os que o antecederam e que, por certo, também deram sua contribuição para esse marcante feito que só engrandece a todos nós filiados e aos policiais civis em geral, daqui e de fora.

      Parabéns, Eumauri: sua dedicação, liderança e seriedade ficarão inscritos em letras indeléveis, e, com certeza, servirão de exemplo e estímulo às gerações de policiais civis que vierem a nos suceder.

           Por tudo, mais uma vez parabéns!

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP e filiados há seis anos do SINPOL – RP

“MODELO DE POLÍCIA”

A partir do texto “Fantástico, da Rede Globo, fala 10 minutos sobre “Modelo de Polícia”, que publicamos em nosso site, Facebook e WhatsApp e distribuímos ao corpo associativo desta IPA-SP, alguns associados se manifestaram. Uns concordando com a essência do que foi escrito, outros não.

       Seja como for, é o que se espera quando se divulga algum assunto polêmico ou que a respeito dele se possa inferir pontos de vistas que nem sempre coincidam com os nossos.

     A propósito, recebemos e aqui reproduzimos a perspicaz e sociologicamente pertinente manifestação do nosso dileto associado, Dr. Tabajara Novazzi Pinto, Delegado de Polícia de Classe Especial aposentado, que foi diretor e quebrou paradigmas nos métodos de ensino da nossa austera Academia de Polícia do Estado de São Paulo. Daí a pertinência do que ele falou sobre Polícia e Sociedade.

       Parabéns Amigo Dr. Tabajara pela valiosa contribuição.

São Paulo, 5 de maio de 2021

Jarim Lopes Roseira – Presidente da IPA-SP

      “Olá companheiro. Boa tarde, amigo Jarim. 

      Com todo o respeito e autorizado por nossa velha amizade, eu lhe digo que o que vai dizer se a Polícia é boa ou não é o grau de instrução da população. Simples assim. 

      Ambas estão ligadas, pois os policiais são recrutados no seio da sociedade. 

     Se determinado pais tem uma Polícia melhor do que a Polícia brasileira, com certeza a sociedade desse país, como um todo, é melhor do que a sociedade brasileira. Se a Polícia estrangeira for pior, certamente aquela sociedade também será pior do que a sociedade brasileira. Isto é fato. 

     Então, meu dileto amigo, a Educação é que poderá e deverá ser melhorada. A Polícia, enquanto Polícia, não. Ela é efeito e não causa. Pautar melhorias na Polícia, pode ser talvez algo necessário (salários e recursos dignos), mas, por incrível que possa parecer, discutir isto é um incrível desperdício. A Polícia precisa melhorar porque a sociedade é muito ruim e, tentar “melhorar” o organismo policial, para torná-lo mais eficiente e eficaz, inclusas as questões humanitárias de respeito ao próximo, será fazer tarefa como a de enxugar gelo, percebe?

     Enquanto tivermos uma população que – sem qualquer culpa própria – é constituída em sua maioria de analfabetos funcionais, quando não analfabetos puros, tentar melhorar a Polícia será um trabalho de Sísifo. 

     O policial segue padrões de comportamento que aprendeu, desde a infância, na sociedade onde sempre viveu. Difícil, senão impossível, mudar isso. 

     A propósito, o bandido “padrão “, também repete o que viu e experimentou em seu ambiente familiar. Com raras exceções. Ou não?

     A “chave” disso tudo parece estar na Educação formal e informal, e não em uma suposta “melhoria” da Polícia. Quem defende esta tese, na verdade, está terceirizando a responsabilidade, que é de todos: Estado e cidadãos. 

     Discutir isso, deixando a Educação de lado (TODAS as escolas públicas estão sucateadas), é querer dizer que a culpa pelas violências contra as pessoas e o patrimônio é da inoperância e ineficácia da Polícia. 

      Querem melhorar a Polícia? Melhorem a sociedade!

      Abraço forte.” 

A VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO

O jornal O Estado de São Paulo, em sua edição de 27/4, na seção Notas & Informações, trouxe interessante matéria sob o título de “A violência em São Paulo”, tomando por base levantamento do Instituto Sou da Paz.

  Primeiramente queremos deixar aqui registrado o nosso reconhecimento ao trabalho desse Instituto, que muito tem contribuído para a correção de rumos da segurança pública em nosso Estado, ainda que, muitas vezes, vergastando as costas largas da Polícia. Afinal há que se entender que essas instituições, em regra, são constituídas por cidadãs e cidadãos bem-intencionados que se preocupam com a vida das pessoas em sociedade.

       A matéria jornalística começa falando do número de assassinatos em 2020, que teria crescido “em seis das doze (?) grandes regiões do Estado de São Paulo”. A partir daí começam as dificuldades de compreensão desse levantamento, eis que para a polícia judiciária, a quem compete a repressão dos crimes (vale dizer a polícia que atua depois do crime ocorrido), o território do Estado está dividido em apenas dez unidades, os “departamentos de polícia judiciária de São Paulo interior”, mais conhecidos como DEINTERs.

      O que é certo é que foram analisados os dados da Exposição à Criminalidade Violenta (IECV) das 141 cidades com mais de 50 mil habitantes, tendo figurado Peruíbe e Cruzeiro com os piores índices. As posições alcançadas pelas duas conhecidas urbes se justificam, segundo o Sou da Paz, pela posição geográfica: uma, Peruíbe, está no populoso litoral paulista e a outra, Cruzeiro, é cortada pela Rodovia Presidente Dutra, que a ligação com o vizinho Estado do Rio de Janeiro.

       O mais curioso é que o jornal destaca que “o estudo ajuda as autoridades policiais a reforçar sua atuação nas regiões mais violentas”.

        É de se duvidar que assim possa ocorrer, pois entendemos que “reforçar sua atuação” implica no emprego de recursos materiais e humanos, que sabidamente não existem, nem para as necessidades atuais mais urgentes.

    A defasagem de pessoal atinge a índices nunca vistos anteriormente. Somente no âmbito da polícia judiciária, a falta de policiais chega a mais de 12 mil. No da Polícia Militar os claros de pessoal também são expressivos, o que compromete a prevenção.

       No caso da primeira – a polícia judiciária – o prejuízo está na falta de investigação dos crimes consumados, com o respectivo processo que possibilite o julgamento e punição dos seus autores; no da segunda – a polícia preventiva/ostensiva/fardada – prejudica, sobremaneira a atuação precípua de evitar que o crime ocorra.

      Isso sem dizer que não se falou, nem mesmo superficialmente, do quase desamparo em que se encontram os profissionais de polícia: do desestímulo decorrente dos baixos salários às crises de síndrome de Burnout (síndrome do esgotamento profissional).

         Assim fica difícil avaliar, concretamente, todas as nuances da violência em São Paulo.

São Paulo, 3 de maio de 2021

Jarim Lopes Roseira – Presidente da Seção Regional da IPA em São Paulo

"Qualquer que seja o lugar do planeta, qualquer que seja a natureza da sociedade, a vida das pessoas é mais garantida e mais esperançosa porque há policiais fiéis à sua profissão."