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DESIGNAÇÃO DE DIRETOR DE ESPORTES E EVENTOS / CONVÊNIO FIRMADO / ENTREVISTA NO PROGRAMA “SEGURANÇA EM DESTAQUE”, DA RÁDIO ABC

Comunicado n° 123/2022 – IPA-SP

     Srs. Associados, boa tarde:

     Para conhecimento reproduzimos abaixo:

     1 – o teor da Portaria de designação do nosso associado Zanoni Marques de Oliveira Botelho, para o cargo de Diretor de Esportes e Eventos desta IPA-SP.

     2 – cópia do convênio firmado por esta IPA-SP, através de seu Diretor de Relações Públicas Saulo Soares, com “Chalés da Barra Ilha Bela”, que oferece pacotes promocionais de estadias, individual e/ou familiar.

     3 – IPA-SP e Clube dos XXX estarão no Programa Segurança em Destaque, da rádio ABC AM 1570, no dia 27/9/2022, às 14:30 horas, com apresentação do Delegado Luis Fabiano, conforme divulgação que com este segue.

São Paulo, 21 de setembro de 2022

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP

A RAINHA ELIZABETH II EM VIRACOPOS

Comunicado n° 122/2022 – IPA-SP

Srs. Associados, bom dia:

Carlos Alberto Marchi de Queiroz

     A coluna Xeque-Mate de 9/9 noticia, com destaque, que o meu amigo e confrade doutor Jorge Alves de Lima esteve com a rainha Elizabeth II em sua passagem por Campinas em 1968. Naquela ocasião, ele ocupava o cargo de chefe de gabinete do prefeito Ruy Hellmeister Novais. Eu também estive com Sua Majestade no Aeroporto de Viracopos.

     Elizabeth II veio ao Brasil, acompanhada pelo seu esposo, o príncipe Philip no começo do mês de novembro de 1968 para visitar Recife, Salvador, Brasília, Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Em Brasília foi recebida pelo presidente Costa e Silva. Em seguida, visitou o Congresso Nacional onde proferiu discurso protocolar, em inglês e que foi inteiramente filmado e gravado. A rainha do Reino Unido salientou as belezas de nosso País e a cordialidade de seus cidadãos.

     No dia 7 de novembro voou de Brasília até Campinas, pousando no modesto Aeroporto Internacional de Viracopos-Campinas e que estava fortemente guarnecido pelo Exército Brasileiro e por militares da Real Força Aérea inglesa. Nessa data, Elizabeth foi visitar o Instituto Agronômico de Campinas e a Fazenda Santa Elisa onde o IAC tinha uma plantação de um novo tipo de café pelo qual a rainha muito se interessou em razão do melhoramento genético. Ao final da visita, o diretor geral do IAC mimoseou a rainha com uma placa de ouro. A monarca inglesa pernoitou na Fazenda Santa Eudóxia nas cercanias de Barão Geraldo. .

     Naquela época o Brasil vivia os chamados Anos de Chumbo que iriam provocar, no futuro, em 13 de dezembro de 1968, o nefando Ato Institucional nº 5. O Aeroporto de Viracopos não oferecia qualquer espécie de segurança para dignitários. Muito embora fosse vulnerável a ataques terroristas, Viracopos contava com uma pequena agência do SNI, Serviço Nacional de Informações, a atual Abin, que a todos nós aterrorizava.

     Na tarde do dia 8 de novembro de 1968, a rainha Elisabeth II voltou ao Aeroporto Internacional de Viracopos onde o Avro real a esperava para levá-la até São Paulo. Nesse dia eu estava trabalhando na Diretoria do aeroporto visto que ocupava o cargo de assistente de diretoria, em suma assistente do engenheiro doutor Alaur de Faria Barros. O clima era de tensão face à fragilidade do aeroporto no que concernia à segurança da rainha. Ninguém poderia ter acesso ao pátio de manobras onde o avião da RAF, um Avro, a aguardava. Até o DOPS de São Paulo foi acionado para fazer a segurança velada da monarca.

     De repente, entra em minha sala o diretor da sala de tráfego, senhor Edmur Bastos Magalhães que me perguntou: Você quer ver a rainha de perto? Respondi que sim, mas que era impossível entrar no pátio de manobras, local pelo qual a rainha Elizabeth tinha que passar. Edmur então retrucou que estava me escalando para ficar no pátio e conduzir a rainha até a escada do Avro, tarefa que eu desempenhava havia mais de seis anos conduzindo pessoas até as aeronaves.

     Emocionado, respondi que aceitava a missão. De imediato, Edmur, Antônio Jorge Sauá, atualmente cirurgião dentista em Campinas, e eu entramos na área restrita onde se achava estacionado o Avro de sua majestade. Postamo-nos sob asa direita da aeronave inglesa e de frente para a estação de passageiros. Os policiais militares de serviço, que nos conheciam, ficaram um tanto inquietos com a nossa presença no local, apesar de ser aquele espaço território de nossa competência enquanto delegados do Departamento de Aviação Civil, o DAC, hoje Anac, Agência Nacional da Aviação Civil.

     De repente, me dei conta de que a rainha da Inglaterra caminhava em nossa direção, com seu esposo e mais algumas pessoas. Nenhum segurança protegia Elisabeth. Usava um vestido estampado tendo como cobertura um chapéu marrom. Usava luvas da mesma cor. Calçava sapatos de salto alto e carregava uma bolsa de couro que combinava com seus sapatos. Ficamos os três em posição de sentido. A rainha olhou para nós três e sorriu subindo a escadinha da aeronave. Passou a menos de um metro de nós três. Foi assim que tive a honra de ver de perto a rainha Elizabeth II, uma cena que jamais pude me esquecer. Esqueci-me do que teria que fazer junto à`escada do avião.

     Foi a única vez que a vi. Depois, fiquei sabendo que ela inaugurou o Masp, Museu de Arte de São Paulo, obra de Lina Bo Bardi, em São Paulo, e que participou da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Ponte Rio Niterói, no Rio de Janeiro. O Brasil todo ficou encantado com sua visita.

Carlos Alberto Marchi de Queiroz é membro da Academia Campinense de Letras e professor de Direito e associado da Regional da IPA em São Paulo

São Paulo, 15 de setembro de 2022

GOVERNO AUTORIZA O PROVIMENTO DE 3.500 CARGOS VAGOS NA POLÍCIA CIVIL

Comunicado n° 121/2022 – IPA-SP

     Srs. Associados, boa tarde:

Consoante publicação contida no Diário Oficial desta data (9/9/2022, página 132, da Seção I – Poder Executivo), por despacho, o Sr. Governador autorizou à Secretaria de Segurança Pública “a adotar providências necessárias visando ao provimento de 3.500 cargos vagos, sendo 552 vagas de Delegado de Polícia; 116 de Médico Legista; 249 de Perito Criminal; 1.250 de Investigador de Polícia e 1.333 de Escrivão de Polícia, todos na 3° classe”.

O despacho está eivado de “cuidados”, como: “… desde que observadas as vedações previstas na Lei…”; “… as disponibilidades orçamentário-financeira…”; “… e obedecidos os demais preceitos legais e regulamentares atinentes à espécie”. É muita cautela…

A exemplo do que fez no último concurso, autorizado em 7/10/2021, esta IPA-SP estudará a viabilidade de promover, em sua sede, um curso preparatório, tão logo sejam publicados os editais respectivos.

São Paulo, 9 de setembro de 2022

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP

A LUTA PELO PDL 22 CONTINUA E CHEGA AO “GRITO DOS EXCLUÍDOS”

Comunicado n° 120/2022 – IPA-SP

     Srs. Associados, bom dia:

     Na reunião plenária oficial da ALESP no dia de ontem (8/9), COM A PRESENÇA DE APENAS TRÊS dos 94 Srs. Deputados (Janaina Pascoal, Coronel Telhada e Carlos Giannazi), o assunto PDL 22 voltou à tona. Aliás, o certo é dizer que ele (PDL 22), nunca saiu da pauta dos trabalhos, graças ao empenho do seu defensor, deputado Giannazi.

     O curioso é que, desta vez, foi divulgado, da tribuna, que a questão mereceu destaque na reunião anual do chamado GRITO DOS EXCLUÍDOS, manifestação que ocorre sempre no dia 7 de Setembro, sob os auspícios da igreja católica.

     Ao levar faixas e cartazes ao evento, Giannazi buscou trazer ao conhecimento da população o aspecto excludente do ato governamental que confisca, todo mês, parte dos proventos dos aposentados e pensionistas do serviço público estadual.

     A luta continua, a despeito dos omissos e ausentes! Venceremos!

São Paulo, 9 de setembro de 2022

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP e Diretor de Aposentados e Pensionistas da FEIPOL-SE

REITERAÇÃO DA CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

Comunicado n° 119/2022 – IPA-SP

     Srs. Associados, boa tarde:

     Reiteramos os termos da CONVOCAÇÃO da Assembleia Geral Ordinária que se realizará nesta sexta-feira, 9/9/2022, às 17:30 horas, na nossa sede, em primeira chamada, com a maioria absoluta dos associados ou meia hora depois com qualquer número de presentes.

     A AGO tratará dos seguintes assuntos:

a) Referendar no cargo a atual primeira Secretária; substituição, a pedido do atual ocupante do cargo de 1° Tesoureiro; eleger novo Conselheiro Fiscal;

b) Avaliação das ações judiciais em andamento;

c) Discussão de outros assuntos relevantes para entidade e seus associados.

     Lembramos que a primeira convocação foi feita e enviada por e-mail a cada um dos Srs. associados, em data de 29/8/2022.

São Paulo, 8 de setembro de 2022

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP

ENCONTRO MENSAL NA SEDE DA IPA-SP

     Comunicado n° 118/2022 – IPA-SP

     Srs. Associados, bom dia:

     Com anuência da diretoria executiva desta IPA-SP, os alunos do curso de Inglês ministrado em sua sede, pelo professor Nilton Amorim e sob coordenação da 1° Secretária Ana Rosa dos Santos e a colaboração efetiva da professora Maria do Carmo de Oliveira, sugeriram instituir um “Encontro Mensal”, na última quinta-feira de cada mês, no horário das 17 às 18:30 horas (o 1° será no dia 29/9), aberto a todos os associados e amigos interessados, com os seguintes objetivos:

1 – Ampliar os conhecimentos gerais de todos;

2 – Estimular o diálogo interpessoal;

3 – Aproveitar os momentos de descontração para ativar a criatividade;

4 – Trocar experiências úteis nos campos educacional e associativo.

     Observação: Durante cada evento será servido um lanche, ficando facultado àqueles que quiserem, colaborar da forma que lhes aprouver.

     Divulguem.

São Paulo, 8 de setembro de 2022

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP

MONTHLY MEETING AT THE IPA-SP HEADQUARTERS

Coordinator: Ana Rosa dos Santos 

Day: Last Thursday of each month

Hours: 5:00 pm to 6:30 pm

Participants: All interested ones

     Objective:

1 – Improve the general knowledge of everyone;

2 – Stimulate interpersonal dialogue;

3 – Take advantage of moments of relaxation to activate creativity;

4 – Exchange useful experiences within the educational and associative Fields.

     Observations: During each event, a snack will be served, leaving those who wish to collaborate in any way they wish.

     Please divulge.

O BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

     Não foi por esquecimento que deixamos para falar somente agora, no início da noite, dos 200 anos da independência do nosso país. É que esperamos para fazê-lo depois de assistir à transmissão do majestoso desfile cívico-militar ocorrido pela manhã, na Capital Federal e, também, após termos estado, de corpo presente, na Avenida Paulista, onde o povo de São Paulo se concentrou para comemorar a efeméride. Havia muita gente, mais de dois milhões, talvez.

     Por tudo que nos foi dado observar nos dois momentos, a data não poderia ter sido melhor rememorada do que foi. O desfile foi primoroso, tanto pelo garbo com que se apresentaram as tropas das nossas Forças Armadas, como também pela forma de muito civismo demonstrado pelas representações paramilitares, tanto os abnegados policiais quanto os disciplinados alunos dos colégios militares e de outros segmentos igualmente importantes. Isso sem falar da postura elegante das autoridades que compuseram a tribuna de honra, a partir do nosso presidente da República, que estava ao lado de seu colega português e de outras autoridades.

     O evento na Paulista, como era de esperar, mesclou civismo com manifestações político-partidárias, o que em nada diminuiu o brilho da comemoração, já que tudo transcorreu na mais perfeita ordem e respeito às regras de civilidade. Afora um ou outro manifestante mais enfático, o respeito e a ordem foram traços marcantes. Durante as mais de três horas em que estivemos nas proximidades do MASP, (eu e o meu colega e amigo Rodomil Francisco de Oliveira), em nenhum momento se fez necessária qualquer intervenção do policiamento, que atuou discretamente.

     Foi uma autêntica demonstração de maturidade do povo paulista, que se portou com o espírito cívico que a data reclamava, a despeito de faltarem apenas 25 dias para a eleição geral no país, quando se espera que ocorra grande mudança de rumos, “para o bem de todos e felicidade geral da nação”.

     E, para finalizar, como virou moda cunhar frases de efeito, pensando na data e no atual momento político, também quero oferecer a minha, que é: “Brasileiros, o povo livre que não sabe escolher um futuro promissor, não é digno de tê-lo”.

Jarim Lopes Roseira, presidente da Regional da IPA

(International Police Association) em São Paulo.

RESUMO DO ENCONTRO COM OS ASSOCIADOS DA IPA-SP QUE CONCORREM A CARGOS ELETIVOS NA ELEIÇÃO DE 2022

Comunicado n° 117/2022 – IPA-SP

     Srs. Associados, bom dia:

     Conforme previsto e amplamente divulgado, realizou-se na data de ontem, 1°/9, a partir das 15 hs., em nossa sede, o encontro entre os associados desta IPA-SP candidatos às eleições de 2022, com os demais filiados e amigos.

     Com a presença de 25 pessoas, foi dado início aos trabalhos de apresentação dos candidatos e de suas plataformas, com projeção simultânea na tela de slides.

     Por ordem alfabética, falaram os candidatos Alberto Sabino de Oliveira, Investigador de Polícia aposentado  (PP – n° 11890), Georges Habib Jarrouge, Investigador de Polícia (Solidariedade – n° 77147), ambos concorrendo à deputação estadual e Dr. Maurício José Lemos Freire, Delegado de Polícia (Avante – n° 7038), que concorre à Câmara Federal. Deixaram de comparecer os candidatos Dr. Paulo Francisco Muniz Bilynskyj, Delegado de Polícia (concorre a Deputado Federal) e Maria Risoleta Estrela dos Santos, Escrivã de Polícia aposentada (concorre a Assembleia Legislativa).

     O candidato Alberto Sabino, que escolheu o nome de urna “Dom Sabino”, expos sua plataforma, fazendo constar que é fundador da Associação de Defesa dos Integrantes da Segurança Pública e Privada de São Paulo; que ingressou no judiciário com uma Ação Civil Pública reivindicando a reposição salarial de 25%, de 2013 em diante ou a concessão dos 16,38% pagos aos servidores federais; denunciou ao Ministério Público as más instalações do GARRA e do GOE, assim como a iminência de incêndio na sede do IIRGD. Disse ter participado de todos os movimentos reivindicatórios de melhorias para os integrantes da Segurança Pública. Afirma ser “o candidato dos nordestinos e descendentes”.

     O candidato Georges Habib, disse lutar pelo fim do confisco dos proventos dos aposentados e pensionistas; afirmou que se empenhará por melhores condições de trabalho para os policiais, lutando por mais concursos e aumento salarial. Prometeu defender maior motivação aos servidores. Fora da área de segurança pública disse que lutará pelo aumento das escolas técnicas e tecnológicas; cursos de tempo integral e incentivo aos aprendizes, além de creches noturnas para os pais que não têm condições de dividir os cuidados com as crianças, por terem que trabalhar. Na área da saúde animal, defenderá a criação e ampliação dos hospitais públicos veterinários.

     O candidato Dr.  Maurício Freire, iniciou falando da sua condição de ex-Delegado Geral de Polícia e presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia, cargos que lhe proporcionaram conhecer bem tanto a Polícia do Estado de São Paulo, quanto as do Brasil inteiro. Disse ser favorável à aprovação de uma Lei Orgânica Nacional, como condição indispensável à uniformização de procedimentos policiais e emprego racional do efetivo disponível, assim como seus benefícios e remuneração. Afirmou reconhecer que os salários atuais são muito baixos e que falta uma política de âmbito nacional na forma proposta pelo SUSP (Sistema Unificado de Segurança Pública).

     Disse que lutará pela segurança da mulher, reconhecendo que ainda há muito a ser feito até que se atinja a igualdade e à segurança necessárias.

     Procurará trabalhar pelo aperfeiçoamento da Lei de Execução Penal, de modo a que o presidiário cumpra pena e seja reintegrado à sociedade. Disse ser hora de parar de “fabricar infratores”.

     Dedicará atenção especial à educação profissional para que o jovem possa ter qualificação para o trabalho, com isso sendo afastado do crime.

     A candidata Risoleta Estrela, mandou sua plataforma com destaque para as áreas da saúde, saneamento básico e educação. Para a segurança pública propõe fiscalização do emprego das verbas destinadas e defende que sejam criados pontos para espera de Uber, 99, Pop, etc., com segurança.

     O candidato Paulo Bilynskyj, apesar de contactado, não enviou plataforma.

     O encontro foi por todos considerado bastante proveitoso: cada candidato respondeu às perguntas que lhes foram formuladas, sem preocupação de tempo, pois o encontro se estendeu até às 18:30 hs.

     A IPA-SP, que espera ter cumprido com o seu dever, agradece a todos.

     Em link seguem as regras do debate e um resumo dos principais pontos defendidos.

São Paulo, 2 de setembro de 2022

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP

GUARDAS MUNICIPAIS E PODER DE POLÍCIA

Comunicado n° 116/2022 – IPA-SP

Srs. Associados, bom dia:

Para conhecimento, reproduzimos o texto de autoria do nosso associado Carlos Alberto Marchi de Queiroz.

São Paulo, 31 de agosto de 2022

Jarim Lopes Roseira

Presidente da IPA-SP

GUARDAS MUNICIPAIS E PODER DE POLÍCIA

Carlos Alberto Marchi de Queiroz

     Recente decisão do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, DF, relatada pelo desembargador Rogério Schietti Cruz, da Sexta Turma, anulando ação penal condenatória movida pelo órgão do Ministério Público da comarca de Itaquaquecetuba contra um traficante de drogas, que foi libertado, levam-me a escrever sobre o assunto, uma vez que o acórdão respectivo concluiu que guardas municipais não têm poder de polícia ´para prender marginal em flagrante delito e de promover buscas pessoais e domiciliares, na esteira do que publicou o Correio Popular de 28/8.

     Alguém disse, certa feita, que “a diferença entre o político e o estadista é que o político pensa na próxima eleição enquanto que o estadista pensa na próxima geração”. Nesse diapasão, convém lembrar que Jânio Quadros, então prefeito de São Paulo, em 1984 criou a Guarda Civil Metropolitana, calcada nos moldes da Polícia Metropolitana de Londres, capital da Inglaterra, que Jânio costumava visitar com frequência. A partir desse fato histórico, milhares de municípios brasileiros passaram az implantar suas Guardas Municipais, muito embora existissem muitas Guardas Municipais criadas anos antes como a Guarda Municipal de Cosmópolis e a Guarda Municipal de Paulínia. Centenas de municípios paulistas e brasileiros criaram suas guardas municipais inspiradas na instituição criada por Jânio Quadros.

     Nesse diapasão, é preciso definir poder de polícia como um dever estatal, conferidos as polícias militares e civis do Brasil de manter a segurança pública, nos termos do que preceitua o Código de Processo Penal. No tocante às Guardas Municipais existem duas correntes acerca do poder de polícia, uma, majoritária, que entende que os guardas municipais têm tal poder e uma outra, minoritária, que refuta esse poder –deve ao qual se filia o desembargador Rogério Schietti Cruz, da Sexta Turma do STJ, que nega essa realidade processual penal.

     Como muito bem observou o Correio Popular de 28/8 existem no Estado de São Paulo 35.000 guardas municipais fardados e armados que, agora, sofrem o impacto do acórdão do STJ que lhes cassaria, em termos, o seu poder de polícia para prender delinquentes em flagrante delito, além da prática de outros atos de natureza processual penal. Esses 35.000 guardas municipais, de diferentes cidades, representam um quarto do contingente da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Nesse particular, os guardas municipais dos municípios paulistas constituem um forte apoio humano e material da PMESP.

     As guardas municipais são normatizadas pelo SUSP, Sistema Unificado de Segurança Pública e pelo Estatuto das Guardas Municipais. Todavia, convém lembrar que o artigo 144, § 8º da Constituição Federal permite que os municípios estabeleçam suas guardas municipais, na forma da lei que, todavia, ainda não tramita pelo Congresso Nacional. Em razão da inércia legislativa, os prefeitos municipais vêm fardando e equipando seus guardas com instrumentos de contenção, como cassetetes, bombas de efeito moral, escudos e armas de fogo uma vez que a crescente onda de criminalidade tem que ser combatida, mesmo diante da ausência da lei  a que se refere o § 8º do artigo 144 da Magna Carta em vigor em todo o território nacional.

     O acórdão que nega poder de polícia aos guardas municipais de Itaquaquecetuba é decisão isolada e que comporta apelo para o Supremo Tribunal Federal, de sorte que todos os guardas municipais de todo o Brasil deverão continuar patrulhando ruas, avenidas, praças e demais bens dominicais dos municípios e conduzindo os delinquentes para as delegacias de polícia ou distritos policiais de atribuição.

     O Código de Processo Penal, ao falar da prisão em flagrante, diz que as autoridades devem e os cidadãos podem prender qualquer pessoa em flagrante delito, de sorte que, ainda que a decisão da Sexta Câmara Criminal seja a precursora de uma improvável decisão do Pleno do STF, que, ao nosso ver, nunca acontecerá.

     Destarte e diante da impossível hipótese de que o Supremo Tribunal Federal venha a proibir que guardas municipais prendam marginais posto que não teriam  poder de polícia, os membros dessas corporações, que tanto ajudam as policias militares brasileiras, poderão executar as privações de liberdade visto que, antes de serem agentes da lei, são cidadãos aos quais as normas processuais  penai conferem essa faculdade.

     A isolada decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que tanta angústia provoca nos guardas municipais do País, tem tudo para ser revertida pelo Supremo Tribunal Federal. Somente uma súmula vinculante do STF pode impedir, na ausência de lei escrita, que guardas municipais prendam delinquentes em flagrante. Na verdade, prevalecerá o bom senso dos membros da Suprema Corte permitindo que os guardas municipais continuem com o ótimo trabalho que vêm fazendo há décadas em favor de uma sociedade carente de segurança pública.

Carlos Alberto Marchi de Queiroz é professor de Direito e membro da Academia Campinense de Letras e da Regional da IPA em São Paulo

INVESTIGADOR LAZINHO

Comunicado n° 115/2022

Srs. Associados, bom dia:

Anunciamos, com satisfação, o retorno às lides literárias, do nosso estimado associado, Professor Doutor Carlos Alberto Marchi de Queiroz, jurista de renome, com mais de 20 obras publicadas.

Desta vez, ele homenageia a uma dessas figuras lendárias da Polícia Civil, o já quase esquecido Investigador de Polícia Antônio Lazaro Constâncio, conhecido como “Lazinho”, falecido a poucos meses, em Campinas – SP, onde morava.

A IPA-SP e o Clube dos XXX, guardiões das tradições da Polícia Civil de São Paulo, pelos seus presidentes Jarim Lopes Roseira e Rodomil Francisco de Oliveira, respectivamente, aplaudem e agradecem pelo memorável texto do mestre Carlos Alberto.

São Paulo, 30 de agosto de 2022

A Diretoria da IPA-SP

INVESTIGADOR LAZINHO

Carlos Alberto Marchi de Queiroz

     Faleceu em Campinas, no dia 22 de maio, aos 80 anos, o legendário investigador de polícia Antônio Lázaro Constâncio, conhecido com Lazinho. Aposentado, aos 70 anos, em 2010, continuou sua carreira como investigador particular. Andava armado e jamais era abordado por policiais civis ou militares, tamanho o renome de sua lenda. Tinha origem siciliana. Usava, na juventude, chapéu preto com uma pena colorida. Andava armado até os dentes, equipado com uma Winchester 44, Papo Amarelo. Fez incontáveis prisões.

     Após servir ao Exército Brasileiro, no 4º Regimento de Infantaria, em Barueri, no começo da década de 60 do século 20, Lazinho alistou-se na Força Pública do Estado de São Paulo, atual PMESP.  Antes de dar baixa no EB, Lazinho levou ao conhecimento do comando da unidade, o coronel Lepíane, de que havia uma célula comunista no regimento, chefiada pelo tenente, depois capitão, Carlos Lamarca. Não foi levado a sério, depois, a História provou que estava certo. Já na Força Pública, mercê de seus dotes pessoais, passou a compor a segurança pessoal do então comandante-geral, coronel João Baptista de Oliveira Figueiredo, que, anos depois, tornar-se-ia presidente da República.

     Em dezembro de 1968, com a unificação da Guarda Civil, da Força Pública e da Polícia Marítima, por força do AI 5, Lazinho prestou concurso na Polícia Civil, tonando-se investigador de polícia, vindo trabalhar em Campinas, onde se tornou legendário. Voltou a trabalhar em São Paulo, no DEIC e no DOPS, onde prendeu o maior ladrão de bancos do Brasil, de então, o Xepa. Em Campinas, trabalhou em todos os setores de investigação e, também, em todos os seus distritos policiais, sem exceção.

     Em São Paulo, trabalhou na Delegacia de Roubos, do DEIC, tendo participado, ainda que de forma distante, na investigação do roubo dos 500 milhões do Banco Moreira Salles, em 1968.

     Ao contrário do que pregam, nunca pertenceu ao Esquadrão da Morte. Novamente em Campinas, Lazinho trabalhou na então Delegacia Seccional de Polícia, na sua Delegacia de Roubos e na de Entorpecentes, realizando grandes prisões. Na ocasião, integrou o famoso Esquadrão da Fumaça ao lado do legendário inspetor Nogueira, depois delegado. Em 1999, investigado pela CPI de Roubo de Cargas, acabou preso pelo deputado Magno Malta que pediu sua prisão temporária. Ficou preso 30 dias em Americana esquecido pela CPI, o que levou a Justiça a libertá-lo. Foi processado inúmeras vezes e jamais condenado. Em Campinas, gozava do apreço do juiz Vladimir Waller, após a prisão do famoso ladrão de bancos Luiz Carlos do Valle.

     Em São Paulo, no DEIC, participou das investigações que levaram à prisão os sequestradores de Wellington de Camargo, irmão de Zezé Di Camargo e Luciano. Nessa época, foi destacado para trabalhar em Piracicaba, conhecida, então, como a Amsterdã brasileira, ocasião em que desenvolveu excelente trabalho, merecendo elogios.

     Diante da inexistência de banco de dados criminal, Lazinho organizou um arquivo pessoal com informações de mais de 40.000 delinquentes e que era consultado por diversas autoridades pessoais e seus agentes. Policial polêmico, às vezes era afastado das investigações por seus superiores que temiam os seus arroubos. Disfarçava-se de carteiro, de mendigo, de mecânico em suas campanas que chegavam a durar 15 dias ou mais, pagava seus informantes com recursos pessoais.

     Participou, ativamente, das investigações sobre a morte do prefeito Toninho do PT, Antônio da Costa Santos, chegando à autoria do crime, mas contaminando as investigações por excesso, uma vez que negou aos investigados os seus direitos constitucionais de permanecerem calados. A partir, de então, o caso acabou desandando, mas chegou aos suspeitos através de seus informantes. Hoje, o crime está prescrito. Talvez, devido à sua passagem pela polícia política é que, talvez, tenha se esquecido de dar aos suspeitos o direito de permanecerem calados.

     Sua investigação mais exponencial foi, sem dúvida alguma, aquela em que capturou Fernando da Gata, um estuprador serial que aterrorizava a Grande São Paulo. Disfarçado de frentista de um posto de combustíveis, Lazinho esperou, por dias, que o marginal se aproximasse do local onde morava com seus parentes para capturá-lo. O caso ficou tão famoso que a Rede Globo de Televisão colocou o tema em um Caso Verdade, com duração de uma hora. Flávio Migliaccio desempenhou o papel de Lazinho nessa teatralização televisiva.

     Chefe de família exemplar, bom marido e pai presente, não deixava que nada faltasse em seu lar. Foi um bom avô, Deixou filhos, filhas e netos.  Nas horas vagas, criava galinhas.

Carlos Alberto Marchi de Queiroz é professor de Direito e membro da Academia Campinense de Letras e da Regional da IPA em São Paulo