Não foi por esquecimento que deixamos para falar somente agora, no início da noite, dos 200 anos da independência do nosso país. É que esperamos para fazê-lo depois de assistir à transmissão do majestoso desfile cívico-militar ocorrido pela manhã, na Capital Federal e, também, após termos estado, de corpo presente, na Avenida Paulista, onde o povo de São Paulo se concentrou para comemorar a efeméride. Havia muita gente, mais de dois milhões, talvez.
Por tudo que nos foi dado observar nos dois momentos, a data não poderia ter sido melhor rememorada do que foi. O desfile foi primoroso, tanto pelo garbo com que se apresentaram as tropas das nossas Forças Armadas, como também pela forma de muito civismo demonstrado pelas representações paramilitares, tanto os abnegados policiais quanto os disciplinados alunos dos colégios militares e de outros segmentos igualmente importantes. Isso sem falar da postura elegante das autoridades que compuseram a tribuna de honra, a partir do nosso presidente da República, que estava ao lado de seu colega português e de outras autoridades.
O evento na Paulista, como era de esperar, mesclou civismo com manifestações político-partidárias, o que em nada diminuiu o brilho da comemoração, já que tudo transcorreu na mais perfeita ordem e respeito às regras de civilidade. Afora um ou outro manifestante mais enfático, o respeito e a ordem foram traços marcantes. Durante as mais de três horas em que estivemos nas proximidades do MASP, (eu e o meu colega e amigo Rodomil Francisco de Oliveira), em nenhum momento se fez necessária qualquer intervenção do policiamento, que atuou discretamente.
Foi uma autêntica demonstração de maturidade do povo paulista, que se portou com o espírito cívico que a data reclamava, a despeito de faltarem apenas 25 dias para a eleição geral no país, quando se espera que ocorra grande mudança de rumos, “para o bem de todos e felicidade geral da nação”.
E, para finalizar, como virou moda cunhar frases de efeito, pensando na data e no atual momento político, também quero oferecer a minha, que é: “Brasileiros, o povo livre que não sabe escolher um futuro promissor, não é digno de tê-lo”.
Jarim Lopes Roseira, presidente da Regional da IPA
(International Police Association) em São Paulo.